A Estação Ecológica Anavilhanas, ou simplesmente Arquipélago de Anavilhanas, é o segundo maior arquipélago fluvial do mundo. Localiza-se no Rio Negro, próximo a maior reserva florestal da América do Sul, o Parque Nacional do Jaú, com 2,27 milhões de hectares, e abrange os municípios de Manaus e Novo Airão, no estado do Amazonas.
São aproximadamente 400 ilhas de feitio alongado, que se estendem por 60 quilômetros e são cobertas pela vegetação tropical virgem da floresta amazônica. Neste ponto, o rio Negro tem cerca de 20 quilômetros de extensão e as ilhas formam uma intrincada rede de canais que abrangem 350 mil hectares.
Esse arquipélago abriga um complexo ecossistema no coração da Amazônia brasileira. Além da típica e exuberante floresta equatorial, já foram registrados, em Anavilhanas, cerca de 500 espécies de peixes, sem falar num sem fim de espécies de pássaros e insetos. Os animais de grande porte também encontraram abrigo nessas ilhas: são botos, antas, jaguatiricas, jacarés, preguiças, macacos, cobras, ariranhas e até um dos animais mais idolatrados pelos brasileiros: o peixe-boi, que corre um grave risco de entrar em extinção na natureza.
Durante o período das chuvas do Rio Negro, que é de novembro a abril, metade das ilhas ficam submersas e os animais se refugiam nas partes mais elevadas. Quando as águas baixam, o arquipélago revela inúmeras praias de areias brancas e interessantes formações naturais de raízes e troncos.
Anavilhanas também tem sua população nativa. Esses indígenas vivem da caça, da pesca e do extrativismo. É de lá que saem alguns elementos essenciais da gastronomia brasileira, como o palmito e a castanha-do-pará. Alguns vegetais também possuem interesses capitalistas específicos, como a sucuba (Himatanthus sucuuba), com propriedades antibióticas; o cumaru (Dipteryx odorata), base de perfumes e incensos; a laca, uma resina produzida em certas árvores usada para a fabricação de móveis e a najá (Attalea maripa), que é capaz de estancar hemorragias.
Anavilhanas tem fauna, flora, rios e praias preservadas. De acordo com informações de pesquisadores do INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), a água do rio Negro e seus afluentes inibem a procriação de mosquitos e pernilongos, tornando o ambiente especialmente agradável em comparação a outras regiões de floresta tropical.
Se localizando a apenas cem quilômetros da cidade de Manaus, Anavilhanas poderia sofrer com o turismo sem controle. Mas, felizmente, acabou se tornando uma Unidade de Proteção Integral na categoria de estação ecológica. Isso significa que sua área é de domínio público (não pertencem a ninguém) e é proibida a visitação, exceto com o objetivo educacional. A pesquisa científica no arquipélago só ocorre com a permissão do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
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