23 abril 2009

Cientistas decifram o código genético de bovinos



Durante seis anos, 300 cientistas de 25 países estudaram o DNA dos bovinos. As informações prometem revolucionar o melhoramento genético dos animais e auxiliar o tratamento de doenças em humanos.


Cientistas brasileiros participaram de uma pesquisa revolucionária publicada nesta quinta-feira na revista americana Science: o mapeamento dos genes das vacas. Essa descoberta pode ser importante para os seres humanos.

Amostras do material genético de células do sangue foram retiradas da fêmea da raça inglesa hereford.

Durante seis anos, 300 cientistas de 25 países estudaram o DNA dos bovinos. Para o pesquisador José Fernando Garcia, da Universidade Estadual Paulista de Araçatuba, que participou do estudo, a pesquisa representa um grande avanço para a ciência.

“Genoma, nada mais é, do que criar um inventário das informações genéticas, ou seja, colocar o código genético do animal, nesse caso, dos bovinos, exposto para o nosso uso, como se fosse uma lista telefônica com todos os telefones de uma cidade”, explica o pesquisador.

Os pesquisadores descobriram que o DNA bovino, composto que contém o código básico para o funcionamento dos organismos, é constituído por 22 mil genes. As informações prometem revolucionar o melhoramento genético dos animais.

Material precioso para o Brasil, que tem o maior rebanho do mundo e é também o maior exportador de carne. A descoberta pode ajudar a melhorar a qualidade do leite e da carne.

O trabalho também revelou que o código genético dos bois é mais parecido com o dos seres humanos que os dos ratos e camundongos, que hoje são os mais utilizados para pesquisas na área da saúde.

Isto quer dizer que, em um futuro não muito distante, os bovinos também poderão ser úteis nas pesquisas médicas.

“Pode servir como um modelo para o estudo de doenças. Situações que existem em humanos podem ser extrapoladas para bovinos e vice-versa, de forma a entender melhor e, eventualmente, propor alternativas de tratamentos de doenças em humanos”, conclui o pesquisador.

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