03 maio 2009

Havera outras vidas em nossa galaxia?



Uma dúvida que há tempos intriga os astrônomos: por que seus telescópios nunca detectaram carbono em estrelas no centro da Via Láctea, apesar de muitas outras terem sido identificadas com o elemento químico básico da vida em outras regiões da galáxia?
O mistério acaba de ser resolvido. Sim, há estrelas ricas em carbono no centro da galáxia. A indicação vem de observação feita por pesquisadores da Europa e dos Estados Unidos com o telescópio espacial Spitzer e publicada em artigo na revista Astronomy & Astrophysics.

A descoberta é importante por ampliar o conhecimento a respeito de como as estrelas formaram e formam elementos pesados, como oxigênio, carbono e ferro, e depois os liberam pelo Universo. Processo esse que tornou possível o desenvolvimento da vida.
“A poeira em torno das estrelas emite um sinal muito forte na frequência da radiação infravermelha. Com ajuda da espectrografia do Spitzer, pudemos determinar se o material que a estrela devolve ao meio interestelar é rico em carbono ou oxigênio”, disse Pedro García-Lario, do Centro de Astronomia Espacial da Agência Espacial Européia.

Os pesquisadores analisaram as luzes emitidas por 40 nebulosas planetárias, espécie de bolha de poeira e gás que envolve estrelas. Foram estudadas 26 nebulosas no centro e 14 em outras partes da Via Láctea.
O grupo encontrou sinais de grande quantidade de silicatos cristalinos e de hidrocarbonetos, ou seja, duas substâncias que indicam a presença de oxigênio e carbono.

Mas a combinação é incomum. Na galáxia da qual a Terra faz parte, poeira que reúne oxigênio e carbono é rara e é encontrada geralmente apenas em torno de um sistema de estrelas binárias. Segundo os autores da pesquisa, a presença da dupla no centro da galáxia indica uma recente e radical mudança na estrutura da estrela.

Os pesquisadores estimam que à medida que uma estrela central de uma nebulosa planetária envelhece e morre, seus elementos mais pesados não seguem para suas camadas mais exteriores, como ocorre com outras estrelas.
Somente nos últimos momentos da vida da estrela central, quando ela se expande e, então, expele violentamente quase todos os seus gases remanescentes, é que o carbono é lançado e se torna possível se der detectado. “O carbono somente se torna visível quando a estrela está prestes a morrer”, disse García-Lario.

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